quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Sweeney Todd vem aí.


O musical sombrio de Stephen Sondheim deve demorar ainda um ano para chegar ao Brasil (Takla Produções / SP). Até lá, poderemos nos deliciar com a versão para o cinema (exibida para o mercado Norte-Americano em dezembro de 2007), criada pelo diretor Tim Burton. Na película, Todd é interpretado pelo parceiro de 9 longas de Burton, Johnny Depp. A esposa do diretor (Helena Bonham Carter) também faz uma aclamada participação como Mrs. Lovett.

O visual sombrio das cenas - praticamente em preto e branco - transforma este "Barbeiro Demoníaco" em uma mistura de "Edward Mãos de Tesoura", com "Corpse Bride" e "Sleepy Hollow"... ao mesmo tempo. É muito sangue jorrando -como cascatas de tinta vermelha, regado pelas maravilhosas (e difíceis) canções de Sondheim.

É um musical memorável por diversos aspectos. Primeiro, porque vem provar a força deste estilo que há décadas mostra sua força e aceitação tanto no teatro como no cinema e que, de uns tempos prá cá, volta a conquistar a platéia brasileira. Segundo, porque é um musical de Sondheim (West Side Story, Company, Follies, Into The Woods, A Little Night Music e muitos outros) e isso faz toda diferença. Com Sweeney Todd, Sondheim ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Musical em 1979, repetindo a dose com outros de seus musicais em 70, 73, 84, 88, 94 e em 1975, com a "Música do Ano", "Send in The Clowns", na 18ª edição do prêmio. Claro que também conquistou muitos Tonys e um Oscar, pela música de Dick Tracy.

Na minha opinião, a visão de Tim Burton (e do próprio Sondheim) para Sweeney Todd, vem afirmar o caráter de modernidade e ousadia já mostrados pela dupla Moeller e Botelho ao investirem na montagem de "Sete - O Musical". Ao público que achou pesado, sombrio ou "dark" demais, o aviso: vem chumbo grosso por aí - da melhor qualidade!