terça-feira, 27 de setembro de 2011

Corey Taylor. Vocalista de vida dupla.

Uma das atrações do Rock in Rio 2011 tem vida dupla no rock. O privilégio inclui duas apresentações no maior festival de Rock do Brasil e não se trata de um "bis".

Corey Taylor divide a carreira entre duas bandas de grande sucesso mundial. Uma delas, a Stone Sour, já foi indicada três vezes ao Grammy de Melhor Performance de Metal, uma delas pela música "30/30-150". Vejam abaixo o estilo e forma de colocação da voz quando está no lead.




A outra banda, a Slipknot, se apresentou no palco Mundo e chama a atenção pelo visual macabro e atitude bem mais agressiva. Como em tudo no rock, principalmente no metal, conta muito a forma de se apresentar e a característica da performance. Corey Taylor, à frente do Slipknot, faz uso variado de efeitos vocais, como o “drive”, guturais' e emissões onde há graus diferenciados de desvio da qualidade vocal. É possível ouvir aspereza, rouquidão e tensão, o que não configura uma alteração laríngea, mas sim uma identidade expressiva do Rock pesado, que muitas vezes não é desejada em outros gêneros musicais. É possível aprender a produzir com boa qualidade esta emissão vocal, sem que seja prejudicial às pregas vocais e sem qualquer esforço. Requer prática, conhecimento e uma orientação especializada. Veja a seguir um vídeo com a banda, na mais recente aparição, durante o Rock in Rio 2011.



Se você pretende praticar este estilo, saiba que esta qualidade de voz pode exigir níveis elevados de pressão vocal (subglótica) e uso de estruturas supraglóticas na fonação, como as falsas pregas vocais e o uso de faringe para o ganho em agudos. As configurações de trato vocal nesses estilos ainda são pouco descritas na literatura quanto ao seu mecanismo de ativação e uso correto, mas as pesquisas mostram que esses cantores requerem de um nível de exigência vocal diferenciado e refinado. Uma técnica correta de uso do microfone e um equilíbrio balanceado entre energia corporal e voz se fazem necessários e exigem treinamento específico caso a caso.

Com colaboração do Fonoaudiólogo Guilherme Pecoraro.

Para se aprofundar melhor no assunto, recomendamos a leitura do seguinte material de referência:

CANTORES DE ROCK: AJUSTES DINÂMICOS DE TRATO VOCAL, ANÁLISE PERCEPTIVO-AUDITIVA E ACúSTICA DAS VOZES AO LONGO DE CINCO DÉCADAS
Guilherme Pecoraro Nunes, Guilherme Pecoraro Nunes2, André de Campos Duprat1, Samantha Ferrari Dutra Bannwart1, Marta Assumpção de Andrada e Silva2,1


O DRIVE COMO RECURSO INTERPRETATIVO DO ROCK: INCORPORANDO TERMINOLOGIAS DO CANTO À PRÁTICA CLÍNICA FONOAUDIOLÓGICA
Autor(es) / Coautor(es) : Guilherme Pecoraro Nunes, Guilherme Pecoraro Nunes1, André de Campos Duprat2, Samantha Ferrari Dutra Bannwart2, Marta Assumpção de Andrada e SIlva1,2

Um comentário:

Darla disse...

Muito bom esse post, sou fã da vozes dos rockeiros!

Adorei os trabalhos.